• MORTE TRÁGICA

    Esmagado no Metrô de SP: empresa privada teria apagado provas e pode perder a concessão

    Deputado Guilherme Cortez entrou com representação junto ao Ministério Público pedindo investigação da morte de Lourivaldo Nepomuceno, que foi esmagado pelas portas de trem em linha privatizada do Metrô de São Paulo

    Seguranças da ViaMobilidade em local onde promotor de vendas foi morto.Créditos: Alexandre Serpa/Ato Press/Folhapress
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    A morte trágica do promotor de vendas Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno, que foi esmagado entre as portas do trem na Estação Campo Limpo do Metrô em São Paulo nesta terça-feira (6) pode ter sido negligência da ViaMobilidade, do grupo CCR, que pode até mesmo perder a concessão.

    Nas redes sociais, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) acusa a empresa de apagar provas que poderiam esclarecer as circunstâncias da morte de Nepomuceno, que tinha 35 anos, era casado e tinha três filhos, de 18, 4 e 3 anos.

    "Foi vítima da imprudência e ganância típica da ViaMobilidade: o trem não tinha condutor, a porta não tinha sensor. A empresa limpou tudo antes da perícia chegar", afirma a deputada em suas redes sociais.

    "Banalizam a vida e a morte em nome do lucro e da ganância. No projeto privatista todo dia há um descarrilamento, um incêndio, uma pane elétrica, ageiros caminhando sob os trilhos", emendou.

    Nesta quarta-feira (7), o deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL) entrou com representação junto ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pedindo apuração do caso e, caso seja comprovada a negligência, a Justiça determine que a empresa seja impedida de seguir com a concessão.

    Segundo Cortez, sensores de segurança para detectar a presença de pessoas nas portas não estavam funcionando adequadamente e não haviam seguranças ou funcionários da empresa nas proximidades.

    "Apesar da existência de sensores de segurança projetados para detectar obstruções e impedir o fechamento completo dos dispositivos, testemunhas afirmam que estes não funcionaram adequadamente na ocasião. Como resultado, o trem partiu com o ageiro ainda preso", diz o parlamentar na representação.

    "Mais, informações preliminares indicam que não havia agentes de segurança nas proximidades no momento do ocorrido. Levantando questionamentos quanto à eficácia do protocolo de segurança operacional vigente naquela via", emenda.

    O deputado ainda faz uma comparação com um episódio parecido ocorrido em uma linha do metrô que não foi privatizada e teve outro desfecho.

    "Vale destacar que episódio semelhante ocorreu em março deste ano na Estação Vila Prudente, Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo, não privatizada. Na ocasião, o trem foi imediatamente paralisado e a equipe operacional atuou com rapidez e eficiência, preservando a vida da ageira envolvida", relata.

    Cortez pede, então, a abertura de um inquérito para investigar as circunstâncias da morte "bem como eventuais falhas operacionais, omissões e responsabilidades da concessionária ViaMobilidade".

    O deputado ainda solicita " a avaliação, diante do reiterado histórico de falhas operacionais, da possibilidade de revogação da concessão atualmente vigente, com vistas a resguardar os direitos dos usuários e assegurar a prestação de um serviço público de  transporte eficiente, seguro e de qualidade".

    Em nota divulgada nesta terça-feira, a ViaMobilidade  afirmou que colabora com as autoridades e apura as circunstâncias do ocorrido.
     

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