A morte trágica do promotor de vendas Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno, que foi esmagado entre as portas do trem na Estação Campo Limpo do Metrô em São Paulo nesta terça-feira (6) pode ter sido negligência da ViaMobilidade, do grupo CCR, que pode até mesmo perder a concessão.
Nas redes sociais, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) acusa a empresa de apagar provas que poderiam esclarecer as circunstâncias da morte de Nepomuceno, que tinha 35 anos, era casado e tinha três filhos, de 18, 4 e 3 anos.
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"Foi vítima da imprudência e ganância típica da ViaMobilidade: o trem não tinha condutor, a porta não tinha sensor. A empresa limpou tudo antes da perícia chegar", afirma a deputada em suas redes sociais.
"Banalizam a vida e a morte em nome do lucro e da ganância. No projeto privatista todo dia há um descarrilamento, um incêndio, uma pane elétrica, ageiros caminhando sob os trilhos", emendou.
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Nesta quarta-feira (7), o deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL) entrou com representação junto ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pedindo apuração do caso e, caso seja comprovada a negligência, a Justiça determine que a empresa seja impedida de seguir com a concessão.
Segundo Cortez, sensores de segurança para detectar a presença de pessoas nas portas não estavam funcionando adequadamente e não haviam seguranças ou funcionários da empresa nas proximidades.
"Apesar da existência de sensores de segurança projetados para detectar obstruções e impedir o fechamento completo dos dispositivos, testemunhas afirmam que estes não funcionaram adequadamente na ocasião. Como resultado, o trem partiu com o ageiro ainda preso", diz o parlamentar na representação.
"Mais, informações preliminares indicam que não havia agentes de segurança nas proximidades no momento do ocorrido. Levantando questionamentos quanto à eficácia do protocolo de segurança operacional vigente naquela via", emenda.
O deputado ainda faz uma comparação com um episódio parecido ocorrido em uma linha do metrô que não foi privatizada e teve outro desfecho.
"Vale destacar que episódio semelhante ocorreu em março deste ano na Estação Vila Prudente, Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo, não privatizada. Na ocasião, o trem foi imediatamente paralisado e a equipe operacional atuou com rapidez e eficiência, preservando a vida da ageira envolvida", relata.
Cortez pede, então, a abertura de um inquérito para investigar as circunstâncias da morte "bem como eventuais falhas operacionais, omissões e responsabilidades da concessionária ViaMobilidade".
O deputado ainda solicita " a avaliação, diante do reiterado histórico de falhas operacionais, da possibilidade de revogação da concessão atualmente vigente, com vistas a resguardar os direitos dos usuários e assegurar a prestação de um serviço público de transporte eficiente, seguro e de qualidade".
Em nota divulgada nesta terça-feira, a ViaMobilidade afirmou que colabora com as autoridades e apura as circunstâncias do ocorrido.