O governo brasileiro condenou a detenção do ativista brasileiro Thiago Ávila, que estava a bordo do veleiro Madleen, da Coalizão Flotilha Liberdade, por forças israelenses durante missão humanitária em apoio à população palestina. O Itamaraty também exigiu sua libertação no que considera uma "flagrante violação do direito internacional" e diz acompanhar o caso com preocupação, cobrando também a garantia da integridade física e mental de Ávila.
Em nota, o Itamaraty também destacou a grave crise humanitária na Faixa de Gaza, denunciando as restrições impostas por Israel à entrada de alimentos, medicamentos e insumos básicos, em descumprimento ao direito internacional humanitário. O texto, divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores na noite desta quarta-feira (11), reforça que há fome e desnutrição generalizadas no território palestino, o que torna ainda mais urgente o envio de ajuda humanitária.
"Ao reiterar sua firme condenação à interceptação, em águas internacionais, por forças israelenses, da embarcação 'Madleen', em flagrante transgressão ao direito internacional, o Brasil clama pela libertação de seu nacional e insta Israel a zelar pelo seu bem-estar e saúde", descreve a nota. "Em contexto de gravíssima situação humanitária na Faixa de Gaza, onde há fome e desnutrição generalizadas, o Brasil deplora a continuidade de severas restrições, em violação ao direito internacional humanitário, à entrada de itens básicos de subsistência no Estado da Palestina", completa o texto.
Em Brasília, a Secretária-Geral das Relações Exteriores recebeu a esposa de Thiago Ávila, Lara Souza, acompanhada das deputadas federais Erika Kokay (PT-DF) e Natália Bonavides (PT-RN), além do deputado distrital Fábio Félix (PSOL-DF).
Entenda a situação
As representações diplomáticas do Brasil na região já estavam em alerta para prestar assistência consular, desde a detenção do brasileiro, ocorrida no último domingo (8). Após a interceptação, a embaixada brasileira em Tel Aviv entrou em contato com autoridades israelenses para garantir e imediato a Ávila e comunicou-se com sua família no Brasil, reando informações atualizadas sobre seu estado.
Com a chegada da embarcação a Israel, diplomatas brasileiros acompanharam o processo de tentativa de deportação de Ávila. O ativista, no entanto, recusou o retorno imediato ao Brasil e foi levado a um centro de detenção israelense. Dessa forma, representantes da embaixada acompanharam sua audiência diante da juíza do Tribunal de Revisão de Detenção.