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    Redes Sociais provocam crise global de saúde mental em jovens

    Levantamento de fundação aponta ainda relação entre o consumo exagerado de conteúdo digital e o aumento das tentativas de suicídio entre adolescentes

    Redes Sociais.Créditos: AzamKamolov/Pixabay
    Escrito en MÍDIA el

    A crise global de saúde mental entre crianças e adolescentes chegou a um ponto alarmante, impulsionada pela expansão descontrolada das redes sociais. É o que revela o relatório anual da fundação internacional KidsRights, divulgado nesta quarta-feira (11), em parceria com a Universidade Erasmus de Roterdã, na Holanda.

    Segundo o levantamento, um em cada sete jovens, com idades entre 10 e 19 anos, enfrenta algum tipo de transtorno mental. O dado, considerado preocupante pelos especialistas, é apresentado como um reflexo direto do uso problemático das mídias sociais, que vêm interferindo de maneira significativa no bem-estar emocional e na rotina diária dos jovens.

    “O relatório deste ano é um alerta que não podemos mais ignorar. A crise de saúde mental entre nossas crianças atingiu um ponto crítico, exacerbada pela expansão descontrolada das mídias sociais, que privilegia o uso em detrimento da segurança”, afirmou Marc Dullaert, fundador e presidente da KidsRights.

    Tentativas de suicídio

    O Índice KidsRights, que avalia anualmente o comprometimento de 194 países com os direitos das crianças, identificou uma “correlação perturbadora” entre o uso excessivo das redes sociais e o agravamento de problemas de saúde mental. O documento também apontou uma relação preocupante entre o consumo exagerado de conteúdo digital e o aumento das tentativas de suicídio entre adolescentes.

    A taxa global de suicídio, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é de 6 por 100 mil entre jovens de 15 a 19 anos — um número que levanta um alerta sobre os riscos da exposição descontrolada ao ambiente virtual.

    Apesar da gravidade do cenário, o relatório critica soluções radicais como a proibição total do o de menores às redes sociais, citando a medida adotada recentemente pela Austrália, que vetou o uso de plataformas digitais para menores de 16 anos. Segundo a KidsRights, medidas como essa podem violar direitos civis e políticos das crianças, especialmente no que diz respeito ao o à informação.

    Em vez disso, o relatório recomenda uma abordagem mais equilibrada e abrangente, que leve em consideração tanto a proteção da saúde mental quanto a garantia de direitos fundamentais. A proposta inclui a oferta de conteúdo educativo, a promoção de ambientes digitais seguros e a inclusão de crianças em um debate construtivo sobre o uso responsável das tecnologias.

    Desafios e oportunidades

    O documento destaca que os avanços tecnológicos recentes “abriram uma caixa de Pandora de desafios e oportunidades”. Entre os benefícios, está o o facilitado à informação. No entanto, os riscos são inúmeros: cyberbullying, violência psicológica, exploração sexual, violência de gênero e desinformação são apenas alguns dos perigos enfrentados pelas novas gerações no ambiente virtual.

    O relatório de 2025 da KidsRights surge como um apelo por ações coordenadas entre governos, empresas de tecnologia, educadores e famílias, na tentativa de conter uma crise que ameaça comprometer o futuro de milhões de jovens em todo o mundo.

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